06/08/2014

Compõe o vestido e segue a morte que fala

"Fizeram isto tantas vezes nas últimas horas que é difícil ver a diferença entre exterior e interior. E também a diferença entre as cobertas e o ar do quarto, entre as roupas deles e as suas mãos: tudo parece tocá-los. Estão um feixe de nervos, gastos nas extremidades. Estão a gastar-se mutuamente: cada um deles espantado com a figura da pele que se verifica ali mesmo; como podem estar tão próximos, sangue com sangue, de modo que o pulsar, mais tarde, de um dentro do outro poderá ser piada ou uma pulsação: o bater do coração de alguém nas nossas veias."
Anne Enright, Corpo Presente, Gradiva, 2007


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