Queria outra vez o fato cinzento,
o colete e o relógio de bolso omega,
a gravata a condizer,
o cachimbo de marfim que não se podia fumar
porque veio da guerra.
É que eu queria ser a mulher da avenida fontes pereira de melo
(trinta, trinta e um)
a sair do seu carro
de fato
enquanto eu, na paragem
(dezasseis, dezassete)
de vestido.
O vestido, tinha dias,
era coisa aborrecida
como um fecho por inteiro,
desprovido de camadas
que se desmontava facilmente
assim as pernas se desejassem.
Havia um sítio
onde o género era parvoíce
porque não se sabia
e não havia teorias
bom era não haver tantas teorias
isso é que eu queer.
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