Era
um pato citadino, pato de parque da cidade. Pato reformado. Sir Duck Montês que
falava mirambolês. O pato dizia que era entendido, tinha exercido vereação,
ensino secundário, pós ensino universitário. Sobrara seguro de saúde, vitalícia subvenção
e amante amiúde. No entanto tinha falhado na ambição, queria ter sido outro
tipo de pato. Tipo pato-quadradinhos, pato donald, pata margarida ou pato tio
patinhas. Mas era pato europeu. Instruído, opinativo, patodidacta. Dissertava sobre
o mundo, o continente, a Europa, a península tão linda! Aproveitava o silêncio dos
outros para se autocentrar. Quak quak. Chato
que era o pato, só no face-wook brilharia. Na morte falhou o protagonismo, em
vez de arroz de pato, virou arroz de valenciana. E foi bem feito.
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